terça-feira, 14 de outubro de 2008

Exemplos de usabilidade

Será que não andam acontecendo umas dessas em sites por aí?





segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Hoje não tem jornal

Muito tempo atrás, quando ainda nem se sonhava com a invenção da internet, o artista plástico Luiz Paulo Baravelli tinha uma coluna na Ilustrada, da Folha. E em uma delas ele escreveu uma coisa que eu nunca esqueci.

Em outras palavras ele dizia que não se conformava com o fato dos jornais terem todos os dias o mesmo número de páginas, pois era impossível que acontecesse o mesmo número de fatos pelo mundo diariamente. Para ele, o ideal seria um dia o jornal ser muito grosso e outro, bem fininho. E que o máximo seria um dia o assinante ao invés de receber o seu exemplar do jornal, receber um bilhete com uma mensagem assim: "hoje não tem jornal porque ontem não aconteceu nada".

Acho esse conceito perfeito também para a construção de sites. Pode ser que o site ideal para aquele projeto tenha apenas uma página, não há porque inventar.

sábado, 27 de setembro de 2008

Palestra na Jump

Esta é a apresentação que eu fiz no curso "Arquitetura de Informação em Projetos Web", ministrado pelo Guilhermo Reis na JumpEducation.

Eu adorei a experiência. Espero que os alunos tenham gostado também.

Palestra Jump
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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A maioridade dos blogs

Acho que agora dá pra acreditar que os blogs atingiram a maioridade. Jornalista respeitado escrevendo em blog não é novidade. Velhinhos também não, lembro de uma senhora com mais de 80 que é o maior sucesso na Espanha. Agora, um escritor octogenário, Nobel de literatura, virar blogueiro, pra mim é novidade.

Mas tá lá, pode conferir o blog do Saramago: http://blog.josesaramago.org/por/?p=197&lang=pt

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Por uma padronização dos wireframes

Nós vivemos num mundo de convenções. Os alfabetos nada mais são que convenções: convenciona-se que determinado símbolo corresponde a determinado som (ok, em português a gente tem vários símbolos para um mesmo som, mas a discussão aqui não é essa...). Na arquitetura, por exemplo, convencionou-se uma série de desenhos para simbolizar os diversos elementos de uma construção: porta, janela, parede, escada, etc.

Na arquitetura de informação ainda não temos essas convenções totalmente estabelecidas. Enquanto nos mapas de site e fluxos caminhamos relativamente bem seguindo modelos do Garret, nos wireframes ainda estamos longe de adotar padrões "universais". Além da discussão do uso de wireframes de alta, média ou baixa fidelidade, temos o uso de diferentes  elementos para simbolizar uma mesma coisa ou ação.

A padronização dessas convenções traria muitos benefícios para a área. Principalmente no que diz respeito ao relacionamento com o cliente. O cliente tem o seu primeiro contato com um wireframe. Adota, então, aquele modelo como padrão para ele. Quando se depara com um wireframe feito por outro arquiteto, que usa outras convenções, ele não entende. Ou apenas não gosta, mas aí já temos um desgaste que seria desnecessário.

O ensino e a prática da atividade também ficam muito mais fácil com a adoção de padrões universais. O profissional não precisa aprender o padrão de cada lugar por onde passa, ele simplesmente utiliza o mesmo padrão em todas as empresas.

Acho fundamental começarmos a pensar nisso.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Arquitetura de Informação em Projetos Web - curso na Jump

Nos dias 19 de 20 de setembro o Guilhermo Reis dará o curso "Arquitetura de Informação em Projetos Web" na JumpEducation. E eu participarei no dia 20 falando sobre um case de arquitetura de informação.

Mais informações sobre o curso aqui.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Mídia social

Mídia social é um termo bastante amplo que pode significar diferentes coisas para diferentes pessoas. Para dar um norte ao tema, a WOMMA - Word of Mouth Marketing Association - definiu algumas categorias de ações de mídia social:

Marketing viral
Mensagens informativas ou de entretenimento que são transmitidas espontaneamente por e-mail ou algum outro meio eletrônico.

Marketing de comunidade
É a formação ou manutenção de nichos de comunidades que compartilham interesses. Podem ser grupos de usuários, fã-clubes, listas de discussão e fóruns, com a implementação de ferramentas, conteúdos e informação de apoio a essas comunidades.

Marketing de evangelizadores
Significa cultivar evangelizadores, advogados de marca ou voluntários que são encorajados a assumir um papel de liderança na divulgação de mensagens a favor da marca.

Seeding de produtos
Aqui a meta é colocar produtos nas mãos certas, na hora certa, dando informação ou amostras para indivíduos influenciadores.

Marketing de influência
Identificação de comunidades-chave e formadores de opinião dispostos a falar de produtos e que sejam influenciadores de opiniões.

Blog de marca
Criação de blogs e participação na blogosfera de maneira transparente e ética, compartilhando informações de valor com a comunidade.

Programas de relacionamento
Criação de ferramentas que permitam que clientes satisfeitos indiquem o produto ou marca a seus amigos.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

AI 2.0

Houve um momento em que toda empresa queria ter o "seu" Orkut, o "seu" YouTube. Agora parece que começa-se a entender que a verdadeira web 2.0 é aquela que apropria-se das redes sociais já existentes e não a que quer reproduzi-las dentro de seus sites.

Nesse momento de reprodução o arquiteto de informação tinha o trabalho de reproduzir e adaptar a arquitetura desses sites para o site de seus clientes. Eu mesma cheguei a navegar horas pelo PornoTube (não ria!) para usá-lo como referência em um projeto.

Pois bem, se agora vamos nos apropriar do que oferecem os sites já consagrados, acabou o trabalho do arquiteto nessa história?

Eu acredito que não (é claro...). O que é preciso é o arquiteto expandir sua atuação e o seu pensamento para além do wireframe. Em alguns casos a solução de arquitetura para um projeto pode não estar num menu, num site, numa página, mas sim no uso eficiente de ferramentas disponíveis nas redes sociais.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Pessoas felizes

Em cerca de 90% dos wireframes que produzimos aqui na TV1 temos que prever na home um espaço para um destaque principal ou para uma TV Flash. E qual é o uso feito desse destaque principal? De novo, em 90% dos casos (este números são mera intuição, não têm o menor valor estatístico) são usados por uma imagem de pessoas felizes (ah, claro, e se possível entre elas um negro e um oriental, pra mostrar que somos multiraciais/multiculturais).

Será que todo site precisa mesmo de imagem de pessoas felizes? Será que não está na hora de pensarmos - arquitetos, designers e clientes - em um outro formato?

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Navegação por públicos

Em algum momento da história da internet descobriu-se que era possível orientar um site por públicos. As empresas sempre se comunicaram com diferentes públicos e começaram a querer fazer uma área do site para cada um desses públicos. Então a faculdade faz seu site com áreas para futuros alunos, alunos, pesquisadores, empresas, etc; o site do plano de saúde tem áreas para clientes, médicos, corretores e empresas; e assim por diante.

A segmentação por públicos é uma prática antiga no mercado editorial. As editoras costumavam dividir suas publicações entre os públicos masculino, feminino e infantil. Então, determina-se que Placar é uma revista para o público masculino, ainda que eu seja leitora.

Mas isso começou a mudar. Uma revista como a Vida Simples, por exemplo, é masculina ou feminina? E a Exame? E a Galileu?

Muito mais coerente é segmentar por tema: qualidade de vida, economia, esportes, etc. Um público pode ter interesses muito variados e fora do que convencionou-se ser seu interesse. Uma mesma pessoa pode desempenhar vários papéis.

Por isso a segmentação de um site por públicos, ainda que num primeiro momento pareça fazer muito sentido, deve ser analisada com muito cuidado. No fim, ela pode acabar sendo apenas uma replicação de conteúdo, com abordagens que na prática não se mostram tão diferentes.

Normalmente uma segmentação por públicos se mostra pertinente quando há uma área fechada, logada. Como no caso dos bancos, que possuem uma área para clientes e outra para não clientes.

Para se comunicar com diferentes públicos não é preciso criar áreas específicas para eles. Basta disponibilizar a informação de maneira clara. As pessoas sabem selecionar o que lhes interessa.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Navegando em alemão

Recebi o link de um site que eu suponho ser alemão ou holandês, mas não tenho certeza. Certezas eu tenho duas: não entendo o idioma do site e o site é muito interessante. A proposta do autor foi fotografar as embalagens de comidas prontas e depois fotografar a comida em si, mostrando a cruel diferença entre a propaganda e a realidade.

Mas o assunto aqui não é esse. O que me chamou a atenção é que mesmo sem entender patavina de alemão, holandês ou de seja lá qual for esse idioma, eu consegui navegar com facilidade pelo site, pois sua arquitetura é bastante simples.

Acho que esse é um bom teste de usabilidade: se o usuário conseguir navegar por um site cujo idioma ele desconhece, o site é bom!

Clique aqui para ver o site, vale a pena, as fotos são muito boas.










terça-feira, 8 de abril de 2008

Janelas, muitas janelas

Entrei no site da Benetton e a minha primeira impressão foi ótima. Gostei das linhas básicas da arquitetura, da navegação nos primeiros níveis, da hierarquia e da seleção de informações na home. Comecei a navegar e me decepcionei um pouco com o conteúdo. Queria algo menos conceitual, queria ver as peças de roupas em detalhes e não apenas as belas fotos de closes de modelos.

Mas a decepção veio mesmo ao clicar no primeiro item do menu institucional, localizado no rodapé. O conteúdo abriu uma nova janela do meu navegador com um novo site. A navegação é muito parecida com o site original, mas é um novo site.

E isso acontece a cada item desse menu do rodapé que você clica. Em todos os sites. Cada item é uma nova janela, um novo site. Depois de navegar um pouco pela Benetton, veja como ficou meu navegador: Tenho certeza que há outra maneira de se fazer isso. E espero que haja um motivo muito específico para essa (i)lógica de navegação. Talvez uma maneira de evocar o trânsito de Roma, sempre tão caótico...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Carros e sites

O designers da indústria automobilística têm o desafio de desenharem carros inovadores, bonitos, exclusivos dentro das limitações impostas pelo modelo consagrado das quatro rodas, da direção do lado esquerdo, da posição do câmbio, dos pedais e dos instrumentos do painel e por aí vai.

Um desafio talvez parecido com o dos arquitetos de informação e designers de sites, que também têm que desenhar sites inovadores, bonitos, exclusivos dentro das limitações impostas pela resolução de tela, usabilidade, acessibilidade, tecnologias utilizadas e por aí vai.

Talvez a grande diferença entre um mercado e outro esteja na visão dos clientes. Enquanto o pessoal da indústria automobilística lida muito bem com as limitações e convenções estabelecidas em seu negócio, o pessoal do marketing de outros mercados (ou desse mercado mesmo, mas quando está olhando para um site e não para um carro) não encara os sites dessa maneira.

Fazendo um paralelo, se os clientes fizessem aos projetistas de automóveis os mesmos pedidos que fazem aos arquitetos de informação e designers, provavelmente iriam pedir um carro de cinco rodas, com direção no teto, pedais na laterais, uma porta apenas.

Temos de ter paciência para esperar o amadurecimento da visão sobre o que deve ser realmente inovador e exclusivo nos nossos sites.

sexta-feira, 28 de março de 2008

quarta-feira, 26 de março de 2008

Sem saída

O cliente foi mudando de idéia, pedindo alterações atrás de alterações, não seguiu as recomendações do arquiteto, olha só o que aconteceu!



A foto me foi enviada pelo Maurício Alcântara, mas nós desconhecemos o seu autor ou onde ela foi tirada.

terça-feira, 25 de março de 2008

Acessibilidade

O Horácio Soares, da Acesso Digital, deu esta noite uma excelente palestra sobre acessibilidade na TV1.com. Acessibilidade é um tema que tem me interessado cada vez mais: pela inclusão, mas também por questionar elementos básicos de arquitetura e de design. Por trazer à tona questões essenciais de um site, que no dia-a-dia acabam sendo esquecidas. Questões simples como "isso precisa mesmo ser assim?". Tenho certeza que qualquer trabalho - qualquer mesmo, não só a construção de um site - terá melhor resultado se a gente parar mais vezes para se fazer essa pergunta básica. Na maioria das vezes a resposta é "não" e há uma maneira mais criativa ou mais rápida ou mais barata ou mais acessível de se executar aquela tarefa.

A palestra do Horácio trouxe à tona vários desses temas. Novos posts aparecerão por aqui em breve graças a ela.

Web 2.0

Quer conhecer sites da web 2.0, saber como eles funcionam e o que andam fazendo? Dê uma passada neste diretório: www.go2web20.net. Ele oferece um farto material de pesquisa. Divirta-se com esse mundaréu de sites. :-)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Branding e AI

Quando se fala em branding, logo se pensa em imagem da marca (logotipia e seu manual de aplicação), arquitetura da marca, seu posicionamento no mercado, valores.

O site da empresa normalmente entra como mais um dos seus veículos de comunicação e a preocupação é que se aplique corretamente o logo e que se use imagens de "pessoas felizes" alinhadas com o posicionamento da marca ("precisamos de pessoas com menos cara de gringo, com jeito mais brasileiro").

Dificilmente se considera a arquitetura de informação como um instrumento de branding, deixando-a apenas como uma etapa técnica do projeto. Mas a arquitetura de informação reflete o branding com precisão e, ainda que o logo esteja corretamente aplicado e as imagens corretamente selecionadas, se a AI não fizer as opções corretas pode derrubar totalmente as estratégias do branding.

O site é um retrato fiel da organização que representa. Ele é uma imagem da empresa normalmente muito mais conhecida que sua sede, que muitas de suas ações de comunicação. E não importa em qual categoria ele se encaixe - institucional, comércio eletrônico, serviço, entretenimento, etc - a sua arquitetura de informação deverá refletir o branding.

E é simples entender como isso deve ser feito. A definição da hierarquia das informações e a rotulação das áreas do site, implicam na definição de prioridades e valores, que, por sua vez, devem estar alinhados ao branding. A própria rota de navegação pelo site, a escolha de uma navegação por temas, por público ou por qualquer outro critério, são temas pertinentes ao branding.

Ou seja, mesmo que não se tenha consciência disso, todas as escolhas de AI de um projeto têm estreita relação com o branding. Melhor estar consciente disso durante a condução do projeto.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Wireframe x planta baixa

Arquitetura de informação é processo muito mais que produto. Por isso a comparação entre um wireframe com a planta baixa de uma casa tem os seus limites. É igual, até certo ponto. Enquanto a construção terá que seguir exatamente as indicações da planta, caso contrário a casa, literalmente, cairá, o site poderá sofrer alterações durante sua execução.

E é muito saudável que isso aconteça. Faz parte do processo. O arquiteto de informação não pode ter a pretensão de definir o site sozinho. Há a colaboração do diretor de arte, do desenvolvedor html, do programador.

E há as alterações que acontecem pela própria maturação do projeto. Por isso essa "planta baixa" inicial vai sofrendo atualizações no meio do caminho. Coisa que não acontece com a planta de uma casa.

Wireframe





















quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Caminhos do usuário

Muito antes da internet existir (sim existia vida inteligente mesmo no tempo das máquinas de escrever) um arquiteto me explicou que em questões de urbanismo é preciso primeiro se observar o uso que as pessoas fazem dos locais para só depois mexer neles. Por exemplo, se numa praça existe uma trilha já feita pelo uso dos transeuntes, não adianta traçar um caminho diferente porque as pessoas continuarão a passar pela trilha.


Interessante tantos anos depois eu encontrar esta imagem. E essa conversa ter tudo a ver com Arquitetura de Informação e Usabilidade.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Navegação por hipertexto

Na postagem abaixo eu falei de minha mania de querer ver todas páginas de um site acessíveis pelos menus do site. Mas existe um site que não faz isso, que estrutura sua navegação em hipertexto e é muito, muito bom. Quem me chamou a atenção para isso foi a Ana Coli. Esse site é o IMDB - The Internet Movie Database.

Apesar de ter menus de categorias, acredito que eles sejam muito menos usados que a busca e os hipertextos. Neste site os hipertextos têm razão de ser e total pertinência. São mais que um aprofundamento de um tema ou uma nota de rodapé, como costuma acontecer. Eles são uma associação de idéias - ou de informações - que naturalmente surge quando o tema é esse: filmes, atores, diretores.

Além disso, obviamente, seria impossível ter todo o conteúdo daquele banco de dados disposto em menus. E aqui os hipertextos se tornam uma navegação realmente inteligente e pertinente.

Navegação larga e profunda

Eu tenho algumas manias. Uns dizem que é TOC, outros que é obsessão, enfim... Uma delas é que ao desenhar um wireframe eu quero que todas as páginas sejam acessíveis pelo menu. Me incomoda muito a navegação quando uma página é acessada apenas por um link ou um botão no fim de um texto, por exemplo. Ou seja, quando só se chega a essa página por meio de um elemento de navegação que não é um item de menu.

Em alguns casos não há mesmo outra solução. Mas eu procuro evitar ao máximo que isso ocorra.
Por isso me agradou tanto a solução de navegação encontrada pelo Yahoo! Foods, ideal para sites muito grandes horizontalmente e muito profundos. Um bom racional sobre essa solução é encontrado aqui.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Foco no usuário x foco no cliente

Em tudo o que lemos ou estudamos sobre Arquitetura de Informação está o mantra "foco no usuário", aprendemos que temos que olhar para as necessidades do usuário. Entretanto, trabalhando em agência, na produção de sites comerciais, nos deparamos com muita freqüência com o "foco no cliente". No dia-a-dia somos levados a atender as necessidades do cliente e não as do usuário. Quantas e quantas vezes não somos forçados a adotar uma solução que agrada ao cliente, mesmo sabendo que não é a melhor solução para o usuário?

Enquanto aprendemos tendo em vista qual informação o usuário busca e como ele a procura, diariamente nossa tarefa é encontrar a melhor maneira de apresentar a informação que o cliente quer mostrar. E muitas vezes seus critérios são exclusivamente comerciais, levando a um desvirtuamento das boas práticas de arquitetura e usabilidade.

No caso de intranets, por exemplo, é comum o usuário nem ser ouvido. São levadas em conta apenas as necessidades das diretorias e as decisões são basicamente políticas. Participei de um projeto de um site que tinha uma postura bastante agressiva, com bastante ênfase, para as áreas de Recursos Humanos e Trabalhe Conosco. Foi mudar o diretor da área para mudar totalmente o posicionamento e a relevância desse conteúdo no site. Ou seja, ainda há muito personalismo na condução dos sites comerciais.

O cliente, de uma maneira geral, ainda vê a internet como uma via de mão única, como mais um meio para ele comunicar sua mensagem, como num folheto ou num comercial de tevê. Muito se fala em web 2.0, afinal é o termo da moda, mas pouco se pratica.

Acho que o grande desafio do arquiteto de informação nas agências hoje é catequizar os clientes sobre a importância do foco no usuário. Senão os sites continuarão a ser um meio mal explorado - e conseqüentemente menos rentável ou mais custoso do que poderia ser - e web 2.0 será apenas mais um modismo marketeiro, como tantos outros.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

AI no Carnaval

Estive no Sambódromo assistindos aos desfiles das escolas de samba de São Paulo e comecei a reparar como as escolas de samba trabalham bem sua Arquitetura de Informação. Elas têm uma informação principal, o enredo, que é exposto ao público em três camadas: letra do samba, fantasias e carros alegóricos.

A primeira camada, a letra do samba, permeia todo o desfile, é um elemento de "navegação" perene. Já as duas outras camadas se unem em uma determinada ordem hierárquica e cronológica que segue uma lógica narrativa. A seqüência apresentada - comissão de frente, carro abre-alas, alas, carros alegóricos, bateria - tem que representar o enredo e traduzi-lo imageticamente.


Foto: Camila Guelfi

Enquanto o samba trabalha as palavras, o conteúdo do enredo, as fantasias e os carros alegóricos trabalham sua representação gráfica.

Duvido que os carnavalescos tenham lido o livro do urso polar. Mas estou disposta a começar a freqüentar a quadra de algumas escolas para ver se aprendo um pouco mais de AI com eles.


Foto: Camila Guelfi